Operação que resultou na prisão de suspeito de integrar uma das maiores organizações criminosas de agiotagem do Brasil(foto: Reprodução/G1) |
A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com as polícias civis da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte, prendeu um homem de 39 anos suspeito de integrar uma das maiores organizações criminosas de agiotagem do Brasil. A operação, intitulada Ábaco, aconteceu de forma simultânea em cinco estados do Brasil nessa quinta-feira, 16.
A operação é resultado de um ano de investigação, a qual envolveu em média 200 policiais só do Rio de Janeiro. Uma equipe da delegacia se dirigiu a Juazeiro do Norte, conseguindo prender o suspeito. Em entrevista à rádio CBN Cariri, o titular da 76ª Delegacia da Polícia de Niterói, no Rio de Janeiro, Delegado Luiz Henrique Pereira, informou que o trabalho de extorsão era feito de forma terceirizada.
“O que chama mais atenção é a terceirização da mão de obra criminosa. A gente conseguiu perceber que os grandes escritórios de agiotagem do Rio de Janeiro passaram a terceirizar a mão de obra criminosa. A parte mais violenta, que é a extorsão, ficou por conta de uma outra organização criminosa, que é a organização investigada. Então, os escritórios de agiotagem deixavam de fazer extorsões e terceirizavam essa mão de obra para esse grupo investigado e preso no dia de ontem”, explica o delegado, em entrevista ao jornalista Farias Júnior.
Através de um telefone, o suspeito fazia as extorsões de Juazeiro do Norte em pessoas do Rio de Janeiro. A prática já era anteriormente praticada no estado carioca. Além disso, as ordens judiciais foram cumpridas em outros quatro estados: Santa Catarina, Ceará, Minas Gerais e Espírito Santo. "Ele já atuava dessa forma no Rio de Janeiro e foi morar em Juazeiro do Norte, levando a modalidade criminosa tendo como vítimas pessoas do Rio. Ele apenas foi trabalhar em outra cidade", explica o titular.
Levando em conta uma estimativa feita pela polícia do Rio de Janeiro, juntamente com a quebra de sigilo bancária e fiscal, o valor da movimentação financeira realizada pelas extorsões chega em torno de R$ 70 milhões, roubados nos últimos quatro anos. Em alguns casos, os criminosos cobravam empréstimos que jamais tinham sido feitos ou continuavam exigindo mais dinheiro, mesmo após a dívida ser supostamente paga. Os juros chegavam a 30% ao mês.
Com informações do jornal O POVO