(Foto: Henrique Macedo/DN) |
“Sabemos que muitas mulheres são ameaçadas e isso precisa ser denunciado para evitar situações como a que ocorreu semana passada”, explicou Lanjia Ferreira, irmã de Aparecida, uma das organizadoras da manifestação, lembrando a morte da Geanne Tavares, de 28 anos, assassinada após sair do trabalho pelo seu ex-companheiro, em pleno centro de Crato.
O grupo usava roupas brancas com a foto da Aparecida Ferreira estampada e portava cartazes dizendo: “1 ano do assassinato de Aparecida Ferreira”, “Que a justiça seja feita!” “Não à violência contra mulher”.
O caso
No dia 14 de janeiro de 2018, Aparecida Ferreira Lima Rangel, de 40 anos, conhecida por “Piriu”, foi assassinada após ser atingida por uma barra de ferro na cabeça pelo seu próprio companheiro Francisco Erivan Rangel Filho, de 39 anos, conhecido por “Pantico”. De acordo com a Polícia Civil de Aurora, o crime também teve a participação de José Ribeiro Duarte. Ele teria auxiliado o marido da vítima na execução do crime.
Erivan Rangel, que era casado há mais de 20 anos com Aparecida Ferreira, afirmou que ele e sua esposa estavam voltando de um balneário numa motocicleta na noite do crime, quando sua companheira, que estava na garupa da moto, se desequilibrou e caiu na rodovia CE-288, sendo atropelada por um outro veículo.
Ele noticiou a família da vítima que teria sofrido um acidente de trânsito e Aparecida veio a óbito. Ao ser questionado sobre os dados do veículo atropelador, Francisco não soube responder, alegou que estava passado mal e precisava ser medicado. O suspeito foi atendido no Hospital Geral Ignêz Andreazza e, depois de uma hora, evadiu-se do local, não sendo mais encontrado.
Os policiais estiveram no local aonde teria acontecido o suposto acidente. No entanto, lá não havia indícios de colisão e os ferimentos no corpo da vítima não eram característicos de atropelamento, apenas lesões na cabeça que ocasionaram traumatismo craniano.
As investigações apontaram a participação ativa no crime de feminicídio de José Ribeiro Duarte, 41 anos, conhecido por “Rogai”. No seu depoimento, José confessou ter participado do homicídio, pois, receberia R$ 400 do marido da vítima para auxiliar na execução do delito e simular um acidente. Ele também afirmou que naquela tarde havia ajustado todos os detalhes da execução com Erivan, mas não deferiu os golpes na vítima.
No dia 22 de agosto de 2018, o juiz da Comarca de Aurora, João Pimentel Brito, encaminhou os acusados pelo assassinato de Aparecida à júri popular. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), através da Promotoria de Justiça de Aurora.
Com informações do Diário do Nordeste