(Foto: Kid Jr./DN) |
A irregularidade no abastecimento em Juazeiro do Norte tem sido motivo de várias reclamações junto a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), nos últimos dias. No bairro Jardim Gonzaga, por exemplo, moradores protestaram pela falta d’água que chegou a 22 dias. Mesmo com o retorno do recurso hídrico nas torneiras, dias depois, o problema volta a se repetir, causando indignação, sobretudo em período de pandemia, onde higienização é a principal forma de prevenção à Covid-19.
Há 15 dias, a auxiliar de serviços gerais Fátima Alves Sampaio, entrou em contato com o Sistema Verdes Mares reclamando da falta d’água, que completava duas semanas, em sua residência, no bairro Jardim Gonzaga. No mesmo dia, técnicos da Cagece foram ao local e o abastecimento foi regularizado em 48 horas. Poucos dias depois, o problema retornou, a obrigando-a a procurar um novo lugar para morar.
“Está do mesmo jeito. Mesmo sofrimento. Já aluguei outra casa. Sábado estou me mudando. Não aguento mais”, desabafou.
Ela mora na Rua Manoel Cassimiro, onde isso seria recorrente. “Chegar em casa todo dia e não ter água para fazer nada. É estresse. Ainda ir para outro bairro atrás de água, buscar nas casas. Tem até gente que não tá trabalhando, pois trabalha vendendo lanche, e não tem água”, descreve Fátima.
Seu vizinho, o auxiliar de saúde bucal Henrique Balbino dos Santos, ressalta que, para ele, em tempo de pandemia da Covid-19, como profissional da saúde a higienização é fundamental. “Numa pandemia, um calor desses, a gente chega do trabalho e não poder tomar um banho. Lavar as mãos. Acho injustiça”, conta.
Segundo ele, a falta de abastecimento durou 22 dias, retornando ontem (24), pela manhã. “Chega hoje, amanhã ou depois não tem”, descreve. Henrique conta que a situação tem se alastrado pelo bairro Jardim Gonzaga, como em nas ruas Hilda Maria de Lima e Oliveira Alves Fontes. “Na minha rua, várias pessoas se mudaram de lá. Está deserta. Se tiver, são cinco moradores”, completa.
O próprio Henrique denuncia que já cobrou diversas vezes a Cagece, que traz inúmeros argumentos, como problemas na bomba e na tubulação, e sempre reforçam que estão enviando equipe. “Não tem quem aguente não. A água voltou agora, mas a gente não confia”. Sem água, garante que compra de três a quatro garrafões de água mineral por dia. “O que já gastei este mês não é brincadeira e todo dia 12 chega a conta”, completa.
Com informações do Diário do Nordeste