Com apenas 47 mil habitantes, e 23,4% da população dependente de bolsas sociais, a cidade mostrou que é possível fazer educação com poucos recursos. Ficou 2,8 pontos acima da média nacional, e 2,6 acima da média do próprio estado.
Na sexta-feira pela manhã, o desempenho foi assunto do segundo dia de formação dos gestores das escolas municipais.
Secretária de Educação do município cearense pelo terceiro mandato, Ana Jacqueline Braga apresentou o exemplo a Lajeado, que quer atingir melhores índices de educação. No último Ideb, o município teve média 6,2 nos anos iniciais, e 4,9 nos anos finais.
Em palestra no salão de eventos da prefeitura, contou como transformou o modelo de ensino a partir de 2009. Uma das escolas da rede, com melhor infraestrutura, estava entre as 150 piores no estado, e os índices das demais também não eram bons. Cerca de 40% dos alunos saíam dos primeiros anos sem saber ler, nem escrever. O Ideb, na época, era de 3 para os anos iniciais e 2,4 para os anos finais.
Após um diagnóstico preciso e sincero, das 44 escolas, o município começou a reordenar a rede. Foram encerradas as atividades das 33 salas multisseriadas. Escolas isoladas também foram fechadas. “O professor não foi formado para isso, para ensinar a mais de uma série. É um faz de conta. Eu finjo que ensino, você finge que aprende. Enquanto nas escolas isoladas ninguém sabe o que acontece”, resume.
O intuito era centralizar, e aproximar aluno e professor. Para isso, transporte escolar passou a ser oferecido, assim como merenda de qualidade, e em quantidade. Na região, é comum que os estudantes façam as únicas refeições na escola.
A transformação começou a dar resultados nos anos seguintes. Em 2013, a escola de Ensino Fundamental Maria Leite de Araújo, situada na zona rural do município, recebeu 9,2 no Ideb para o primeiro ciclo do Ensino Fundamental. Em 2015, a nota subiu para 9,6 – a maior de todas. “Por isso digo que infraestrutura não está ligada à aprendizagem. Ela pode favorecer, mas o que faz a diferença é a relação do professor e aluno.”
Nas demais instituições, os resultados também foram percebidos. Treze escolas obtiveram nota 10 no estado. Os servidores de cada uma receberam 14º salário, como incentivo para a melhora contínua.
Com informações do Jornal AHora