Registro da segunda manifestação dos professores (Foto: Portal OKariri) |
Logo se estabeleceu na cidade o debate em cima das razões que levaram o Poder Executivo a conceder o reajuste. Na nota divulgada pela assessoria de imprensa, a Prefeitura disse que o aumento foi dado "livre de quaisquer pressões e mediante os limites estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal". Mas algumas análises precisam ser feitas, na nossa visão.
Os professores já haviam realizado uma manifestação, coisa de pouco mais de um mês antes, e entregaram por meio do sindicato uma pauta de reivindicações, as quais buscavam melhoria salarial, bem como mais estrutura, qualidade e transparência na educação local. E convocaram uma segunda manifestação realizada um dia após o anúncio do reajuste com a presença de docentes da rede estadual. Fora isso, o presidente do Sindicato APEOC, Junior Lima, declarou na imprensa local que a possibilidade de greve era real.
Afora isso, a semana foi marcada por diversas informações no tocante a educação na região e fora dela. O Governador Camilo Santana, por exemplo, anunciou aumento de 13,01% para os professores da rede estadual, assim como os prefeitos de Mauriti, Evanildo Simão, e Raimundo Macedo, de Juazeiro do Norte (este visivelmente acuado especialmente pelo Ministério Público). Outra noticia que repercutiu bastante foi o Prêmio Prefeito Nota 10, conquistado por Guilherme Landim, de Brejo Santo, justamente por investimentos e resultados positivos na área educacional.
Os fatos citados ocorreram antes do anúncio do reajuste dos professores de Milagres. Imaginemos, pois, todo este cenário, a nível de estado e região, e Milagres com os professores em greve? Poderia ter sido assim, se não fosse a ação da Prefeitura que, na véspera da segunda mobilização dos docentes, anunciou o reajuste.
Entendo que este cenário influenciou na decisão acertada do executivo municipal de reconhecer que os professores, não apenas tinham direito ao reajuste, mas, especialmente, são merecedores dele.
Acho que está na hora de um canal de diálogo franco ser aberto entre Prefeitura e Sindicato APEOC, no sentido de buscar, em conjunto, melhorias para a educação do município. Não é demérito para nenhuma das partes iniciar este processo.
Acreditamos que tanto a Prefeitura quanto o Sindicato tem, em síntese, o mesmo objetivo: qualificar a educação do município. E isso pode ser feito com a ação coletiva de todos.
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