13 de abril de 2020

Mesmo com decretos de isolamento social, ruas de Crato amanhecem lotadas

(Foto: Tony Sousa/DN)
Mesmo após o Município decretar estado de calamidade pública e adotar multas para pessoas físicas e jurídicas que desrespeitarem o período de isolamento social, as ruas da cidade do Crato amanheceram lotadas, nesta segunda-feira (13). As aglomerações se deram, principalmente, no entorno da agência da Caixa Econômica Federal e do Mercado Público Walter Peixoto. A distância mínima de 1,5 m da fila não foi respeitada pela maioria dos moradores. 

A vendedora autônoma Fabiana da Silva conta que chegou 6h e as ruas já estavam cheias. “Quando cheguei já tinha gente até de ontem de noite”, descreve. Ela foi até a agência entrar com o pedido para receber o auxílio emergencial de R$ 600, justifica. “Mas me preocupa. Preocupa a mim e aos outros. Sorte que o pessoal da guarda está organizando”, completa.

Já a agricultora Raimunda Nogueira explicou que teve que ir até o banco para saber o dia que irá receber o auxílio. “Como não sei mexer muito na internet, preferi vir na agência”, enfatiza. Por outro lado, se mostrou despreocupada com a pandemia da Covid-19. “Tenho medo não. Tenho fé em Deus que não vai ter nada”, acredita. 

Enquanto isso, outros moradores saíram de casa apenas para passear, como o aposentado Miguel Raimundo de Sousa, que mesmo fazendo parte do grupo de risco, fez uma caminhada. “Só dentro de casa adoece mais. A gente é acostumado a fazer uma caminhadazinha. Não tem mais feira, não tem nada. Se tiver que adoecer, adoece dentro e fora de casa”, aponta o idoso.

A gerente da Célula da Vigilância Sanitária e Ambiental do Crato, Ana Lígia Aquino, se mostra muito preocupada com a atitude da população, contrariando as orientações sanitárias. “A dificuldade é muito grande. As pessoas não se conscientizam. A gente fecha as lojas, mas ficam gente batendo na porta, querendo comprar. Muitos carros vindos dos distritos para tirar esse dinheiro (auxílio)”, descreve. 

Lígia reforça que as equipes de fiscalização estão nas ruas tentando conscientizar, mas as pessoas insistem em ter uma vida normal. “A gente tá vivendo um problema fora da normalidade. É um trabalho desgastante. Por isso, fazemos um apelo para que as pessoas fiquem em casa”, reforça. Cinco equipes da Vigilância Sanitária trabalham nos três turnos e ainda conta com apoio de profissionais do Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), Guarda Civil Metropolitana e Policia Militar.

Com informações do Diário do Nordeste

Tecnologia do Blogger.