20 de maio de 2021

Diretora do Hospital Regional do Cariri revela bastidores no enfrentamento à pandemia da Covid-19

(Foto: Antônio Rodrigues/DN)

Em julho do ano passado, os olhos das autoridades sanitárias do Ceará estavam voltados para o Cariri, mais especificamente para Juazeiro do Norte. A maior cidade do Interior cearense era, à época, o epicentro da pandemia da Covid-19. Os casos se multiplicavam em assustadora velocidade - com mais de 250 casos por dia - e o sistema de saúde era desafiado para suportava a ampla pressão.

Para atender tantos infectados o Hospital Regional do Cariri (HRC) precisou se reinventar. Esse processo iniciado no ano passado seguiu de forma progressiva e contínua, dado que, após a redução da curva de contágio no segundo semestre do ano passado, logo em seguida teve início a segunda onda, com retorno do aumento dos casos de infectados. 

A unidade de saúde, referência para 45 cidades com uma população estimada em 1,5 milhão de pessoas, mais que dobrou o número de leitos e o quadro de funcionários teve incremento de quase 60%. Esse acréscimo é justificado pelo alto número de atendimentos.

De abril a julho do ano passado, foram 1.656 atendimentos Covid, dentre os quais cerca de 400 foram somente em julho, mês do pico. Entre agosto e setembro, os casos ensaiaram estabilização e, no início da segunda onda (outubro) até fevereiro deste ano, foram 752 atendimentos, cuja média mensal foi de 150. 

Esse número, no entanto, foi superado em um 95 dias. Entre março e maio, já são 796 atendimentos - média semelhante ao pico de julho do ano passado. Os números foram fornecidos pelo Hospital Regional do Cariri.

Ainda segundo a unidade, como agravante, além de os números atualmente estarem em tendência crescente, os atendimentos a traumas subiram diferente do que ocorrera em 2020.

Antes do início da pandemia, a média de atendimentos em traumas (exclusivamente oriundos de acidentes) era de 280. De março em diante, com o  lockdown, essa média caiu para 90.

Essa redução de atendimentos viabilizou a destinação de leitos antes dedicados aos traumas, para atendimento a pacientes infectados pelo novo coronavírus. Neste ano, com a média em 200 atendimentos ao mês, a destinação de leitos para Covid foi reduzida pela metade (25 UTIs). 

Diante dessa rotina frenética, com aumento de atendimentos Covid concomitante aos de traumas, os profissionais que atuam no HRC já se encontram extenuados. A constatação é de Demostênia Coelho Rodrigues, Diretora Geral da unidade. 

Para conhecer os bastidores do Hospital Regional do Cariri, o Diário do Nordeste entrevistou a Diretora que falou sobre os desafios encontrados na 1ª e 2ª ondas. Ela reconhece ainda que os profissionais estão cansados, revela queda em outros atendimentos - como captação de córneas, que chegou a ser suspenso no ano passado devido a uma recomendação do Ministério da Saúde - e detalha que os infectados da segunda onda chegam à unidade com estado de saúde mais delicado.

A entrevista pode ser acessada neste link

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