14 de janeiro de 2021

Pela primeira vez na história, 'procissão da luz' em Juazeiro não acontecerá


(Foto: Antonio Rodrigues/DN)

No dia 2 de fevereiro, Juazeiro do Norte se acostumou a reunir uma multidão no largo da Capela do Socorro, onde está o túmulo do Padre Cícero, para realização de uma das tradições mais bonitas da fé popular nordestina. Após o sol se pôr, acontece a bênção das velas, onde cada devoto ajuda acender sua vela ou lamparina. Em seguida, um cordão de luz toma as ruas, entoando uníssono: Bendita e louvada seja a luz que mais alumeia. Valei-me meu padrinho Ciço e a Mãe de Deus das Candeias”.

Porém, neste ano, a tradicional “procissão da luz” não acontecerá por conta da pandemia da Covid-19. A Romaria de Nossa Senhora das Candeias terá programação virtual e missas com 50% da capacidade dos templos.  

Marcando o fim do chamado ‘Ciclo de Romarias’, que começou em setembro, todo em formato virtual, a Romaria de Candeias será em cenário semelhante ao dos últimos meses. A programação será transmitida pela TV Web Mãe das Dores, da Basílica de Nossa Senhora das Dores. Ontem (12), uma reunião selou, pela primeira vez, o cancelamento da procissão.

A bênção das velas será mantida, às 17h, do dia 2 de fevereiro, com transmissão ao vivo. Porém, o padre Cícero José da Silva, reitor da Basílica de Nossa Senhora das Dores, antecipa que, após este momento, os romeiros e devotos, de suas casas, acendam uma vela e, em seguida, rezem o terço “pedindo pelo fim da pandemia e paz em todas famílias”, suplica.

A programação religiosa, como as missas, acontecerá com 50% da capacidade das igrejas, medida que já vem sendo adotada desde o último mês de setembro. O atendimento às confissões segue de forma agendada. Já os shows musicais e as demais apresentações, serão transmitidas na internet. Outras ações, como as entrevistas e debates, que aconteceram nas últimas romarias, ainda estão sendo discutidas.

Adaptação

Com expectativa para a chegada da vacina contra a Covid-19, padre Cícero José espera que haja um retorno das romarias presenciais. Mesmo assim, adverte: “Particularmente, sei que nunca mais será o mesmo. A pandemia nos forçou a mudar metodologias, seja no encontro, nas transmissões, o incentivo para adentrar mais nas mídias sociais”, detalha.

Ainda não se sabe se, em 2021, no próximo ciclo, os devotos peregrinarão para participar das romarias, mas o sacerdote se antecipa:

“Devemos nos preparar melhor para acolher, celebrar e fazer uma reflexão sobre a valorização da vida, afinal, mais de 200 mil pessoas morreram pelo vírus”, completa.  

Com informações do Diário do Nordeste

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